Creio que são como algumas estrelas.
Mesmo não se vendo, estão lá.
Fico preocupado com as estrelas que, embora aparentes, já não existem !
Cruzei-me há dias com uma formiga e pedi-lhe opinião sobre os humanos.
Alguns são piores que a cigarra, foi a resposta.
Sem argumentação, e triste, agradeci e segui caminho.
Vão longe esses Natais de sonhos realizados.
De dia, e por liberalidade dos Sapadores Bombeiros, um embrulho de cores brilhantes, ciosa e cuidadosamente sobraçado e, à noite, a magia duma repleta chaminé dum familiar abastado, onde o meu sapato colheria outro modesto presente.
Sempre simples e modestos mas eram o prémio do sonho, sonhado e afinal realizado entre as diversas fantasias do faz de conta.
Ao relembrar, tentei recrear, procurei o fato, o gorro, as botas, antecipadamente deixara crescer a barba, branca e natural como convinha, e tentei... tentei sem exito alcançar as renas.
Outro sonho, como tantos outros que não vou realizar.
Sem alma e frios, fiéis e constantes, se não concavos ou convexos. singularmente diferentes dos humanos.
Estes, por vezes, quando nos cruzam, e num arremedo benévolo de iludir o óbvio, pensam (estás mesmo em baixo) e traduzem (que óptimo, o que andas a tomar ?).
Os espelhos não !... não nos iludem as expectativas, directos e concisos, são bons companheiros e, ocasionalmente, arrastam-me ao monologo.
Ultimamente matuto num insólito senão.
Quando os fito, e pese embora sinta em mim o menino que porventura fui, não o descortino na imagem devolvida.
Será que não cheguei a ser menino ?
Alguém que me ama, na sua limpida e candida ternura, perguntou se não me sentia triste por viver só.
Respondi que não estava só porque a guardava no meu coração !