Não resisti a colocar esta imagem. Não terá a ver com o texto.
É contudo bela e repousante e no seu movimento assemelhará o paraíso onde decorre a pequena história de autor desconhecido, colhida num livro de humor.
"S.Pedro acolheu uma boa alma que de imediato lhe pediu ocupação.
Toma esta colher, meu filho, e vai despejar aquele oceano.
Passados cinco mil anos a alma, missão cumprida, solicitou nova tarefa.
Toma este garfo, meu filho, e vai aplanar aquela montanha.
Sete mil anos após, cumprida a missão, aquela alma rogava nova tarefa.
S,Pedro, já agastado, exclamou: Olha JESUS, se queres trabalho para toda a eternidade vai à Terra e tenta espalhar o amor entre os Homens."
Sorrimos, encerra verdade e tem graça ! Mas que é triste, não resta dúvida.
height=360 alt="jardim certo.jpg" src="http://versussolidao.blogs.sapo.pt/arquivo/jardim certo.jpg" width=201 border=0>
face=arial size=4>A MINHA ALMA É O MEU JARDIM
CHOREI TANTO... TANTO... TANTO...
SEM QUEIXUME, SEM LAMENTO,
SEM PRANTO, SÓ SENTIMENTO
CHOREI TANTO... TANTO... TANTO...
QUE SE A MORTE ALI PASSASSE
TALVEZ ATÉ ME LEVASSE
Toda prenhe de candura, tímida chama, calor
Só enlevo, só ternura, a crepitar no amor
É depois a chama forte numa louca fantasia
Há desprezo pela morte, há ilusão, há magia !
Vermelhos e amarelos, de braço dado a saltar,
Tão ingénuos e tão belos, numa volúpia sem par.
E em tanto movimento, nasce o aviso da queda
Que faz ouvir o lamento, no pico da labareda
Logo, logo, a amargura, e por vezes tanta dor,
Vão sufocar a ternura e os momentos d´amor
Baixa o fogo e a herança, são brazidos em modorra
Jaz ali a falsa esperança Talvez viva ! Talvez morra
E o fumo, seu ritual, que a suave brisa espalha
E OS MORTOS
Num daqueles dias em que corpo e alma não se entendem, vagueava a tristeza por aí, quando algo insólito quebrou o silêncio. Longo trinado chamou minha atenção! Olhei e, ali, a sete metros de altura descortinei um bico amarelo a adornar uma cabeça preta de olhinhos postos em mim, expectante como quem pede resposta..
Uma pequena chama de felicidade havia permitido descolar-me de problemas impostos na busca do supérfluo, quando o essencial morava mesmo ao lado.
ANSIA DE ENCONTRAR PAZ
NÃO DAQUELE QUE JAZ
ANTES NA SERENIDADE
DA ETERNIDADE
OUTRA LUTA SOLITÁRIA PELA SOBREVIVÊNCIA.
Os humanos agem, habitualmente, de forma diversa.
Complicam.
Subjugam, criam, abatem, retalham.
Ao devorar requintam.
O prato, o talher, o vinho certo, a especiaria, o molho.
Também habitualmente fazem-no em grupo. Sorriem.
Na essência, pese embora disfarçada de poder, a mesma trágica servidão.
Ao Luís
No caír da folha.
Ajudou-me a sentir a solidão dos outros e assim situar a minha.
Depois, e no percurso, aprendi que, a final e na sua essência, é um músculo valente, ou um valente músculo, capaz e responsável pela distribuição metódica e regular do fluido vital.
Mas o sonho de menino não foi de todo desfeito pelas agruras do caminho e do conhecimento.
A subtil consciência (talvez num arremedo de gratidão) empresta e atribue ao coração toda uma panóplia de emoções, fazendo dele fiel depositário da ternura e do amor, do sacrifício e da entrega.
É normal ouvir dizer que um ser tem bom coração, quando em prática de boas acções, sendo as más relegadas para o fígado (então o sujeito terá maus fígados). Também verdade parece que esta quimera não será igualmente vivida por todos.
São privilegiados os seres que no fosso do sofrimento mantém o espirito livre, tentando substituir por ternura, compreensão e amor a nefasta raiva, desespero e ódio.
Esses vão encontrar no coração o sentido do sem sentido da vida.
Perguntarão vocês o que tem isto a ver com o LUÍS.
Creiam que muito!
O Luís é um dos seres, que de há muitos anos para cá, semanalmente, me foi tocando e por tal tem lugar cativo quando no meu coração se canta o hino dos afectos.
Se me fosse permitido separar a humanidade em duas partes, os loucos e os outros, e, por modéstia, me colocasse no sector dos outros, restar-me-ia a angustia de não saber o que eles sabem que eu não sei.